A Generalitat de Catalunya no exílio (1939-1977)

38 anos de presidência catalã no exílio

Ainda não terminara a guerra e o general Franco aboliu a Generalitat (1938) da mesma forma que o fez Felipe V (1716). Sua dissolução em 1939 levou o Governo Catalão, os membros do Parlamento e milhares de cidadãos ao exílio. Por solicitação das autoridades franquistas de Madri, o presidente da Catalunha, Lluís Companys, foi detido em agosto de 1940 na cidade francesa de La Baule, por três agentes da GESTAPO, polícia militar alemã, e entregue ao Governo de Franco. Julgado no castelo de Montjuic em Barcelona por um tribunal militar foi condenado a morte e fuzilado em 15 de outubro de 1940.

Presidente Josep Irla (1876-1958)

Como os seus antecessores, foi deputado nas Cortes e no Parlamento da Catalunha (1932) pela Esquerra Republicana de Catalunya. Foi o último Presidente do Parlamento antes da sua dissolução pelo general Franco. Após a execução de Companys e encontrando-se no exílio, Josep Irla assumiu a Presidência da Generalitat conforme o previsto na legislação catalã. Formou um governo de personalidades no exílio e nomeou Josep Tarradellas como Primeiro Conselheiro (ministro) do Governo. Demitiu-se em maio de 1954 e morreu no exílio (França) em 1958. Visto a impossibilidade de que o Parlamento pudesse reunir-se naquelas circunstâncias de dispersão, Josep Irla, que havia sido eleito Presidente do Parlamento em outubro de 1938, assumiu interinamente a Presidência da Generalitat no exílio até sua demissão em 7 de maio de 1954.

A necessidade de garantir a continuidade da Presidência da Generalitat em um a situação que impedia o funcionamento normal das instituições da Catalunha, levou a eleição de um novo presidente, mediante uma reunião dos deputados do Parlamento realizada em 7 de agosto de 1954 na embaixada espanhola do México, país que não havia reconhecido o regime político da Espanha franquista, instaurado em 1939. Foi eleito, então, Presidente da Generalitat, Josep Tarradellas, a quem Josep Irla já havia delegado suas funções executivas no ano de 1952 e que, em 1937 havia sido Primeiro Conselheiro (ministro) do Governo Catalão e Conselheiro (ministro) das Finanças. Tarradellas passou a ser o representante do Governo Catalão no exílio e foi reconhecido como tal pelas forças políticas catalãs.

Presidente Josep Tarradellas (1899-1988)

Quando jovem, foi militante em diversas organizações de esquerda e nacionalistas. Em 1931 foi secretário-geral da Esquerra Republicana de Catalunya. Deputado nas Cortes Constituintes espanholas em 1931, foi também Ministro de Governo e da Saúde durante a presidência de Francesc Macià. Durante a guerra civil (1936-1939), foi Ministro de Serviços Públicos, Economia, Finanças e Cultura. Exilado na França e após a demissão do presidente Josep Irla em 1954 foi eleito, na Embaixada da República Espanhola no México, como Presidente da Generalitat no exílio. Após a morte do general Franco em 1975, Tarradellas foi chamado a Madri em 1977 pelo Presidente do governo espanhol, Adolfo Suárez (onde também foi recebido pelo rei), para negociar, de acordo com as forças políticas da Catalunha, o restabelecimento da Generalitat, o que se concretizou em outubro do mesmo ano. Recebido solenemente em Barcelona, constituiu um governo de unidade nacional. Tarradellas havia mantido a instituição no exílio e representava a continuidade histórica da Generalitat. Foi o único governante da época da República Espanhola (1931-1939), que retornou para exercer funções de governo na democracia reinstaurada. Terminou o seu mandato com as eleições do Parlamento da Catalunha em março de 1980. Em abril o Parlamento elegia Presidente da Generalitat, Jordi Pujol.